Um dia destes todos encontramos o caminho,
Mesmo que não seja tão largo como imaginámos,
Talvez não tenha a paisagem que sonhámos,
Mas será sempre o nosso caminho,
Um dia destes todos esquecemos as mágoas,
Todos saramos as feridas e deixamos o tempo correr,
Pegamos nas coisas sem ter medo de as perder,
E deixamos movimentar as águas,
Lá ao fundo, uma poltrona de veludo,
Um cálice sagrado, uma caneta e papel,
Pena não haver tela, nem eu levar pincel,
Mas eu escrevo no papel, e recordo tudo,
O que passei na caminhada,
Apalpando os tecidos híbridos da vida,
Os caminhos que julguei sem saída,
E as noites deslizantes que sondavam a madrugada,
Os arvoredos preparam seu resguardo
E cerram fileiras,
Preparam madeiras,
E gritam os prantos de seu fado,
Um dia destes todos ganhamos batalhas,
E somos reis por segundos,
Somos realeza de novos mundos,
E ninguém trespassa as nossas muralhas,
Um dia destes todos encontramos o caminho,
E será sempre o nosso caminho…
2 comentários:
Em primeiro lugar, os meus parabéns por este poema. Adorei!
É verdade que todos temos que trilhar o nosso caminho, cada um à sua maneira, umas vezes mais luminoso e agradável, outros mais tumultuoso, mas ninguém o pode fazer por nós.
Para além de ser um bonito poema, resumiste nele o que é a vida.
Bjs
O POEMA É INTERESSANTE...DESDE QUE CHEGAMOS A ESTE MUNDO COMEÇAMOS A CAMNHADA. E VAMOS ENCONTRANDO ATALHOS, VEREDAS, PENHASCOS...ABISMOS...ESTRADA CURTA OU LONGA PADROS VERDEJANTES,CÉUS DE NUVENS...ORA DEBAIXO DE CHUVA INTENSA OU MIUDINHA, ORA DE CALOR... E É NESTE PALCO QUE VAMOS ENCONTRANDO OUTROS VIAJANTES...SEMPRE TODOS OS DIAS...EM TODAS AS DIRECÇÕES...
BEIJO
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